🌌 O PLANISFÉRIO ASSÍRIO
O disco de argila que guarda a memória do céu antigo
📜 O ENCONTRO COM O TEMPO
Em meados do século XIX, quando o arqueólogo-explorador Austen Henry Layard escavava as ruínas de Nínive, antiga capital da Assíria, uma peça enigmática emergiu da poeira dos milênios: um disco de argila gravado em escrita cuneiforme.
Esse objeto, hoje preservado no British Museum sob o código K.8538, foi incorporado à célebre biblioteca do rei Assurbanipal (século VII a.C.). Chamado de Planisfério de Layard, tornou-se um dos símbolos mais intrigantes da antiga astronomia mesopotâmica.
☄️ UM CÉU GEOMETRIZADO
⚖️ A POLÊMICA DO IMPACTO
Séculos depois, em 2008, os engenheiros Alan Bond e Mark Hempsell trouxeram uma leitura ousada: o planisfério seria uma cópia suméria muito mais antiga, datada de 3123 a.C., descrevendo a passagem de um asteroide que teria colidido com os Alpes austríacos, no enigmático evento de Köfels.
Segundo eles, o disco narraria não só o movimento dos astros, mas também a lembrança de uma catástrofe cósmica.
Porém, os geólogos rebatem: Köfels não mostra traços de impacto, mas sim de um gigantesco deslizamento de terra ocorrido há cerca de 7800 anos. Os assiriólogos, por sua vez, lembram que os textos cuneiformes não falam de asteroides, mas de cálculos regulares para fins astrológicos.
🔮 CIÊNCIA, MITO E SIMBOLISMO
Assim, o Planisfério de Layard é tanto ciência antiga quanto mito vivo, testemunho de que o homem sempre buscou compreender a dança invisível que conecta o destino humano às forças celestes.
📚 PARA SABER MAIS
- British Museum – catálogo K.8538
 - Bond & Hempsell, A Sumerian Observation of the Köfels’ Impact Event
 - Estudos geológicos da Universidade de Innsbruck sobre Köfels
 - Cobertura científica em Phys.org
 
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